Para 7°- Revista da Escola Superior de Guerra

Revista da Escola Superior de Guerra
 Essa revista traz artigos que nos interessam muito como :
AMÉRICA DO SUL: VOCAÇÃO GEOPOLÍTICA  de Therezinha de Castro.

Celso Pires (*)
“Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que se já passaram, mas pela astúcia que têm
certas coisas passadas”. (Guimarães Rosa)
Não basta o tempo para determinar a tradição. O mundo da inteligência não deixa escapar, ora ostensivo, ora disfarçado, o determinismo ético que atua na formação dos recursos humanos de uma Nação. O seu desenvolvimento, já foi dito em outras épocas, não surge apenas pela civilização material, senão na cultura moral e intelectual da sua sociedade.
Há um destino. Há um caminho. Poderíamos defini-los pela devoção com que se anuncia os cinqüenta anos da ESG.
Toda Instituição – organização viva – intui, sente e incorpora o seu existencial. Na consciência desse momento de fé e afirmação entende-se que uma das formas da perenidade constitui a valorização continua da idéia inspiradora.
A sua criação – Lei nº 785 de 20 de agosto de 1949 - não foi um episódio. Significa, ao contrário, o início de uma época. E não se pode deixar de enaltecer para compreender sua influência, que o tempo assegura a dimensão histórica e exalta o passado como evolução espiritual.
No marco definidor de uma concepção, costuma-se reconhecer que idéias convertidas em atos são a maneira de se processar a transformação de um país. Essas idéias serão tão visíveis quanto permitam conferir os fatos celebrados no futuro – senso da história – questão preliminar e curial.
É certo que a Escola Superior de Guerra surgiu da experiência da Força Expedicionária Brasileira, na 2ª Guerra Mundial, diante da aplicação do conceito de “guerra total” ou como se preocupava o Almirante Castex sobre a “unidade da guerra” – que apresentava outros tipos de ações planejadas, coordenadas e dirigidas . As nações beligerantes teriam a integralidade dos seus recursos envolvidos no conflito. Era a consciência do Poder Nacional. Percurso de análise,reinterpretações, novas tendências para os quadros teóricos da realidade brasileira.
Tomados todos os fatores em consideração, tal problemática teve sua conseqüência: a necessidade de se criar no Brasil um instituto de grande envergadura intelectual, compatível com o avanço do mundo moderno. Muda-se a mentalidade, mantendo os componentes primordiais do organismo da nação: o homem, a terra e as instituições.
A Ciência Política exige respeitabilidade, em toda pluraridade de fórmulas e mostra a transcendência da filosofia de uma Instituição. Entretanto, não são os rigores dos tratados que especificam dogmaticamente sua interpretação, mesmo o espaço do procedimento. Podem possibilitar a perspectiva dos propósitos e o perfil do sistema de valores. O constante aprimoramento – destinação e dimensão qualitativa desta Escola – privilegia e situa os seus fundamentos nos valores que
provêm do passado e vêm se consolidando, mantendo a crença, além de construir herança intelectual requisito que se vai documentando na sucessividade  das épocas. Eis o comprometimento da infinitude da inteligência: não se mede nem se pode limitar.
Não admira, pois, que o preenchimento dos fins, nessas cinco décadas, se inspiraram em equacionar problemas gerais e oferecer subsídios às atividades básicas do Brasil, através da aplicação de métodos do processo decisório e da racionalidade do conhecimento político e estratégico. Longo mergulho na busca do progresso, da justiça social e do bem comum – uma peregrinação fundada de esperança. Os caminhos são vastos. Devem ser percorridos bem. Missões foramassumidas e cumpridas. É o amanhã das construções que superam os problemas reclamados pela conjuntura nacional.
Virão etapas importantes que envolvem a responsabilidade de todos – processo de aperfeiçoamento nas atividades participativas.
Para tanto, torna-se lícito enfatizar que a ESG tem se mantido, intransigentemente fiel aos princípios da sua criação.
Transigir seria desfigurar, desnaturar e precipitar-se nos riscos dessa infidelidade, o que levaria a exigir o equilíbrio prudencial que se impõe às propostas de modificação que a descaracterizasse.
Dos seus cursos emana a vocação de servir com inteligência – lição das coisas vivas, forma de classificar corretamente a pesquisa dos fatos e a própria interpretação deles, de acordo com a transcendência dos conceitos, fundamentais para o entendimento do interesse nacional, sem improvisações.
O seu discurso não dissocia o método da doutrina. Esta, sendo normativa, compreende regras que irão orientar a ação, firmando conceitos originais e próprios, sem confundir-se com a política, que determina objetivos, linhas de ação, porquanto a estratégia seleciona e utiliza a melhor arte e os melhores meios entregues pelo poder nacional para tornar eficaz a sua aplicação, sem esquecer que, no passado, era a guerra que envolvia a estratégia; hoje é a estratégia que engloba a guerra.
Os testemunhos proclamam a capacidade cultural da nossa Escola. Ela caminha sempre adiante, atenção permanente na trilha definida e insofismável do destino. Muito haveria que dizer para  ressaltar o seu generoso idealismo. Deve-se, no entanto, considerar o espaço editarialista.
Cinqüentenária. Lembremo-nos de que a ESG é o penhor supremo dos fundadores. Nesse momento de comemoração, a Pátria se instala em nosso espírito de continuadores. Assim sempre será, todos na mesma verdade, numa formaprecisa e justa: dedicação, fé e confiança

http://www.esg.br/uploads/2008/12/resg-38.pdf#page=99


http://pt.wikipedia.org/wiki/EE-T1_Os%C3%B3rio

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