Geração Saúde
Chávez
determina ocupação militar de empresas de arroz
Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil
Hugo Chávez disse que Obama não deve
se meter com ele
O presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, determinou neste sábado uma intervenção militar em todas as fábricas
processadoras de arroz do país.
O governo alega que as empresas têm
se negado a respeitar a congelamento de preços determinada pelo Executivo e
estariam deixando de produzir.
"Este governo está aqui para proteger ao povo, não a burguesia rica", disse o mandatário venezuelano em cadeia nacional de rádio e televisão, ao ordenar que o Exército do país ocupasse silos de processamento de arroz.
"Este governo está aqui para proteger ao povo, não a burguesia rica", disse o mandatário venezuelano em cadeia nacional de rádio e televisão, ao ordenar que o Exército do país ocupasse silos de processamento de arroz.
"Peço apoio do povo para
aprofundar a revolução."
Polar
De acordo com o ministro de
Agricultura, Elias Jaua, entre as primeiras indústrias afetadas estará a
fábrica de alimentos Polar, a maior do país.
"Há meses as empresas produtoras
de arroz vêm desafiando as leis (...) no que se refere à embalagem e produção
de arroz", afirmou.
Jaua disse que as empresas estariam
deixando de produzir o arroz branco "para evadir" o congelamento de
preços imposto pelo Executivo a todos os produtos da cesta básica.
No lugar desse produto, as indústrias
estariam processando outros tipos de arroz que custam o dobro e não são afetados
pelo tabelamento.
O governo afirma que a ocupação das
fábricas é de caráter temporário e está prevista na lei de Soberania Alimentar.
Caso as empresas resistam a continuar
produzindo sob as regras federais, o governo advertiu que poderá expropriá-las.
Expropriação
Já na sexta-feira, de acordo com a
empresa Polar, 16 mil toneladas de arroz foram retidas por autoridades
venezuelanas de um silo no Estado de Guárico (região central). A empresa emitiu
comunicado considerando a medida "ilícita e arbitrária" e anunciou
que recorrerá aos tribunais.
Desde 2002, quando o governo
estabeleceu o congelamento dos preços dos produtos da cesta básica, há
confronto entre empresários e governo.
Os produtores alegam que a medida
afeta a competitividade do setor de alimentos. Já o Executivo argumenta que a
lei combate a especulação e protege as classes E e D da inflação dos produtos
de primeira necessidade.
A disputa política entre os dois
grupos tem gerado períodos de escassez de alimentos. O ápice foi em 2007,
quando leite, açúcar, arroz e feijão desapareceram dos supermercados às
vésperas de um referendo para promover uma ampla reforma constitucional.
Na ocasião os venezuelanos rejeitaram
a proposta de reforma do governo. Alguns setores oficialistas afirmam que o
desabastecimento foi um dos motivos da derrota.
Desde então o governo incrementou as
importações de alimentos, provenientes principalmente do Brasil e Colômbia.
Cerca de 70% dos alimentos que vão à mesa dos venezuelanos são importados.
Obama
Também neste sábado, Chávez rejeitou
as declarações do governo dos Estados Unidos, que criticou a situação dos
direitos humanos e da luta contra as drogas na Venezuela.
O mandatário pediu ao presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, que "não se meta com ele".
"Não siga o mesmo caminho
estúpido que o seu antecessor", George W. Bush, afirmou.
Um relatório do Departamento de
Estado americano acusou a Venezuela e Bolívia de não cooperarem no combate ao tráfico
de drogas na região.
A Venezuela rompeu em 2005 o convênio de cooperação com a DEA (Agência Antidrogas dos EUA). Chávez afirma que, desde então, seu país "golpeou o narcotráfico como nunca antes".
A Venezuela rompeu em 2005 o convênio de cooperação com a DEA (Agência Antidrogas dos EUA). Chávez afirma que, desde então, seu país "golpeou o narcotráfico como nunca antes".
"A DEA apoiava o narcotráfico e
o golpismo", afirmou o mandatário, ao justificar a ruptura com o convênio.
"Os Estados Unidos são o
primeiro consumidor de drogas do mundo (...) Como é isso que não podem deter a
entrada de drogas no próprio território? É cinismo!", disse.
1)Ao ler a reportagem acima responda as questões levando em
conta a posição tomada pelo ex-presidente da Venezuela.
a)
Garantia da soberania alimentar.
b)
Combate ao aumento do preço dos alimentos.
2)Escreva uma carta a um amigo
expondo sua opinião sobre o assunto.
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