A expedição de National Geographic ao lugar mais profundo dos oceanos

A expedição de National Geographic ao lugar mais profundo dos oceanos


05h15, 26 de março de 2012 11° 22’ N, 142° 35’ E (oso de guam, pacífico ocidental)
Pouco antes do amanhecer, o mar está negro como piche. O DEEPSEA CHALLENGER balança e se inclina enquanto as enormes ondas do Pacífico se erguem,  Estamos todos em pé desde a meia-noite, realizando as checagens pré-mergulho, após poucas horas inquietas de sono; o nível de adrenalina é alto em toda a equipe. Essas são as condições mais difíceis em que trabalhei até agora nessa expedição. 
A cabine do piloto é uma bola de aço, com 109 centímetros de diâmetro, escotilha de ferro de 180 quilos, fechada e travada pelo lado de fora. O submarino, pintado de verde, está pendurado, ereto, entre as ondas, como um torpedo vertical apontado para o centro da Terra.
‘’ Passei anos esperando por esse momento, e não posso dizer que as últimas semanas tenham sido tranquilas. Mas agora me sinto calmo. Estou encaixado no submersível, fazendo parte dele e o sentindo como parte de mim’’
05h50, profundidade 3 810 metros, velocidade 1,8 metro/segundo
‘’ Supero a profundidade do Titanic em apenas 35 minutos, avançando a uma velocidade quatro vezes maior que a dos submersíveis russos Mir que usamos em 1995, quando registramos os destroços do famoso naufrágio para o filme. ‘’
A temperatura externa se aproxima do 1,7ºC, bem menos que os 30ºC na superfície
06h33, 7 070 metros, 1,4 metro/segundo
‘’Acabei de passar pelo limite de operação do submersível tripulado que hoje alcança a maior profundidade oceânica, o chinês Jiaolong. Minutos atrás, cheguei às profundidades máximas dos Mir russos, do francês Nautile e do japonês Shinkai 6500. Estou entrando em uma área mais funda que a visitada por qualquer outro submersível tripulado existente. E todos esses modelos foram construídos de programas financiados por governos. Nosso pequeno torpedo verde foi montado com recursos privados, em uma oficina comercial apertada entre um depósito atacadista de encanamentos e um fornecedor de madeira compensada na periferia de Sydney, na Austrália.’’
Os membros da equipe são originários do Canadá, China, Estados Unidos, Austrália e França. Esse é um projeto para sonhadores do mundo todo.
06h46, 8 230 metros, 1,3 metro/segundo

Agora consegui ir além de meu recorde de mergulho solitário, na fossa New Britain, ao largo da Papua-Nova Guiné, três semanas atrás. Parece incrível que ainda vou descer mais 2 740 metros. Já verifiquei todos os itens em minha lista de tarefas, e não me resta nada a fazer durante essa longa e silenciosa queda através do limbo além de pensar e acompanhar o aumento no número que assinala a profundidade. 

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