Considerações para o Metrô



Sugestões que levam em conta idéias e propostas do arquiteto e paisagista americano Garret Eckbo
por Aziz Nacib Ab`Sáber
CAROLINA ANDRADE (autor); (C) LOSEVSKY PAVEL/shutterstock (ilustração).
Existe um consenso sobre a necessidade premente de planejar e transformar o sistema de linhas de metrô paulistanas em uma progressiva rede de interesse mais amplo para a população metropolitana. Aparentemente é uma tarefa quase impossível, por diversas razões, sobretudo porque a fixação radial na metodologia origem e destino – OD – em um esquema preexistente de corredores radiais de tráfego dificulta um planejamento de atendimento areolar.

Informes sobre a origem e destino dos clientes sociais ficam incompletos devido à participação tradicional no trânsito por um sistema predominantemente radial de velha implantação. Bastará saber disso para evitar a superposição rigidamente radial e insistir na multiplicação de braços tangentes e interligadores. Resta-nos, portanto – ainda que a posteriori – planejar esses eixos de interligação, bem estudados e selecionados. Levando em conta sempre que os lugares de origem e destino dos usuários devam ser identificados.

Sem querer fazer sugestões sincopadas para um verdadeiro esquema de rede de metrô para São Paulo julgamos possível, de imediato, ao menos propor uma metodologia de planejamento baseada nas idéias e propostas de Garret Eckbo. Em primeiro lugar uma “comissão de recursos” para garantir uma futura implantação progressiva de projetos pré-aprovados, considerados prioritários.
Em seguida uma “comissão de cartografia dinâmica”, instalando um laboratório-arquivo de cartas topográficas, plantas, aerofotos e imagens de satélites referentes à Grande São Paulo/Planalto Paulistano. Em terceiro lugar, uma comissão pós-organização documentos cartográficos básicos onde sejam incluídos, por superposição linear, as atuais linhas de metrô, os eixos ferroviários utilizáveis para metrô de superfície e as linhas já previstas, radiais ou não; um zoneamento ecológico-urbano e demográfico da Grande São Paulo e as subáreas nodais que necessitam de atendimento como aeroportos, terminais, novos distritos centrais de negócios, grandes universidades qualificadas e bairros residenciais de diferentes classes.

Uma comissão deverá envolver profissionais competentes de ciências humanas, geográficas e urbanísticas, sob o nome de “Comissão de Zoneamento e Ecologia Urbana”. Os estudos que resultarem desse grupo passariam para uma “Comissão de Visitação e Visualização” que sugeriria as prioridades para início da transformação do sistema radial em uma rede de interesse areolar. As conclusões dessa comissão seriam encaminhadas, após aprovação pela direção do metrô e governos estadual e municipal, para feitura dos projetos de engenharia destinados ao detalhamento de túneis, elevados e viadutos necessários, estações bem localizadas e terminais, incluindo correta previsão de impactos urbanísticos, sociais e administrativos. Isso tudo buscando uma correta aplicação dos recursos mantidos no fundo previamente estabelecido, após debate com os diferentes membros de todas as comissões especializadas.

Por razões compreensíveis deve-se organizar um orçamento adaptado aos gastos essenciais na implantação de cada projeto de interligação, sendo necessário que a comissão central do metrô verifique a viabilidade técnica, funcional e social dos projetos selecionados a serem progressivamente implantados. Tudo com parcimônia e bom aproveitamento de experiências anteriores. Sendo que, identificado um eixo interligador, toda a tarefa construtiva deva passar à comissão de engenharia, envolvendo engenheiros e geólogos, estudos da estrutura superficial e semiprofunda das camadas sedimentares e eventuais setores de rochas cristalinas resistentes, ocorrentes no subsolo da área de implantação das linhas tangentes ou interligadoras.

Exemplos desses eixos inovadores seriam uma linha que partisse da Casa Verde, passasse por cima do Tietê, fizesse interligação com o terminal da Barra Funda e atingisse as colinas mais elevadas numa estação situada na Vila Madalena, descendo após para setores do Jaguaré, Parque Continental e centro sul de Osasco. Outra interligação poderia iniciar-se no aeroporto de Guarulhos, cruzar setores de Osasco, passar pelas várzeas do Tietê e atingir o metro de superfície na Zona Leste, prosseguindo, depois, para São Caetano e São Bernardo. Uma terceira linha, mais complexa, deveria partir de Pinheiros para Congonhas e bairros adjacentes.

Idéias a serem modificadas, revisadas e melhoradas.

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